ANDO LENDO...


15.05.16 - HOMEM INVISÍVEL
03.11.14 - NÃO-LUGARES
22.10.14 - O ERRO DE DESCARTES
17.02.14 - POR QUE TENHO MEDO DOS JUÍZES
01.02.14 - QUATRO GIGANTES DA ALMA
15.01.14 - FRANCISCO DE ASSIS - O Santo Relutante
07.07.13 - PURA PICARETAGEM
11.03.12 - O EFEITO SOMBRA
03.03.12 - MUITO ALÉM DO NOSSO EU
05.02.12 - O SERMÃO DA MONTANHA SEGUNDO O VEDANTA
01.12.11 - UMA BREVE HISTÓRIA DO FUTURO





HOMEM INVISÍVEL





“Mais que um romance sobre a tensão racial, que é desde sempre um componente estrutural da sociedade norte-americana, Homem invisível é uma obra sobre a dificuldade de se ser o que se é, em um mundo no qual a identidade pessoal é construída por olhares alheios. Nesse jogo sem fim entre a opacidade e a transparência, o drama profundo do protagonista – um jovem sem nome que empreende uma longa jornada pelos estados sulistas rumo a Nova York, após ser expulso de uma universidade para negros, no começo do século XX – não é a dificuldade de afirmar a sua diferença, mas de ver negado seu direito a ser visto tal como é.

Nesse sentido, o narrador é invisível não somente para os brancos, sejam eles racistas ou emancipadores, mas também para os negros, sejam eles conformistas ou radicais. E, como metáfora, o personagem criado por Ralph Ellison continuará invisível para todos, enquanto prevalecer o discurso da divisão e do conflito, que faz com que as pessoas enxerguem, umas nas outras, não o que elas são de fato, mas os signos e convenções que as rodeiam e determinam os limites de sua existência social.
É essa lição que se sedimenta à medida em que se acumulam os episódios chocantes e violentos, comoventes e tristes, irônicos e absurdos, vividos pelo narrador em sua viagem de autoconhecimento.

     A caminhada e a narrativa são feitas de encontros inusitados, de aventuras e desventuras nas quais os enganos e mal-entendidos, frutos de uma cegueira coletiva, importam mais do que os fatos em si.
A expressão “homem invisível”, que se tornou uma metáfora da situação do negro na sociedade norte-americana, também poderia ser aplicada a qualquer integrante de qualquer minoria, real ou simbólica, a qualquer vítima do preconceito e da intolerância, em qualquer lugar e tempo. Para que essas vítimas se tornem visíveis como seres humanos, seria preciso apagar as diferenças, e não insistir no perigoso hábito de realça-las. Por tudo isso, além de seus inegáveis méritos literário, esse clássico da moderna literatura norte-americana se mostrou visionário, pois, mais de 60 anos após seu lançamento, em 1952, o discurso sobre a questão racial continua gerando ódios, mais do que soluções, alimentando preconceitos na mesma medida em que tenta eliminá-los por decreto”. Luciano Trigo, jornalista e escritor.

(Agradeço ao não invisível colega L.vM que me emprestou seu valioso exemplar)





NÃO-LUGARES
Introdução a uma antropologia da supermodernidade



   

O não-lugar é diametralmente oposto ao lar, à residência, ao espaço personalizado. É representado pelos espaços públicos de rápida circulação, como aeroportos, rodoviárias, estações de metrô, e pelos meios de transporte - mas também pelas grandes cadeias de hotéis e supermercados.


       Só, mas junto com outros, o habitante do não-lugar mantém com este uma relação contratual representada por símbolos da supermodernidade, seja um bilhete de metrô ou de avião, cartões de crédito ou o cartão telefônico, além de documentos - passaporte, carteira de motorista ou qualquer outro -, símbolos que, enfim, autorizam deslocamentos pessoais. Neste livro, Marc Augé abre novas perspectivas, propondo uma antropologia da supermodernidade que nos introduz ao que talvez seja uma etnologia da solidão.

  
"A aceleração da história corresponde de fato a uma multiplicação de acontecimentos na maioria das vezes não previstos pelos economistas, historiadores ou sociólogos. A superabundância factual é que constitui o problema, e não tanto os horrores do século XX (inéditos em sua amplitude, mas possibilitados pela tecnologia), nem a mudança dos esquemas intelectuais ou as agitações políticas, das quais a história nos oferece muitos outros exemplos. Essa superabundância, que só pode ser plenamente apreciada levando-se em conta, por um lado, a superabundância da nossa informação e, por outro, as interdependências inéditas do que alguns chamam hoje de "sistema-mundo", traz, incontestavelmente, um problema para os historiadores, principalmente os contemporâneos - denominação da qual a densidade factual das últimas décadas ameaça suprimir todo e qualquer significado. Mas esse problema é precisamente de natureza antropológica" (p. 31).





O ERRO DE DESCARTES


          "Penso, logo existo. Esta afirmação, talvez a mais famosa da história da filosofia, ilustra exatamente o oposto do que o autor deste livro propõe e desenvolve em suas páginas. A frase de Descartes sugere que pensar e ter consciência de pensar definem o ser humano. E como sabemos que o filósofo francês concebia o ato de pensar como uma atividade separada do corpo, sua definição estabelece um abismo entre a mente e o corpo. Para contestar Descartes - e todas as consequências dualistas de sua afirmação - António Damásio não recorre a filigranas escolásticas ou sutilezas metafísicas, mas ao seu conhecimento de pacientes neurológicos afetados por danos cerebrais.
        "Escrito com clareza e graça, O erro de Descartes é uma viagem fascinante ao interior do nosso cérebro que começa na metade do século XIX com a história de Phineas Cage, o capataz da construção civil que sofreu, segundo um jornal da época, um "acidente maravilhoso". Se cérebro foi trespassado por uma barra de ferro de um metro de comprimento e três centímetros de diâmetro e ele não morreu. Mas as posteriores mudanças de comportamento e suas consequências desastrosas para a vida prática de Cage e de outros pacientes que sofreram danos semelhantes abrem as portas para investigação de um campo quase inexplorado pela ciência: as relações entre razão e sentimento, emoções e comportamento social. Na visão inovadora de Damásio, sentimentos e emoções são uma percepção direta de nossos estados corporais e constituem um elo essencial entre corpo e consciência. Em suma, uma pessoa incapaz de sentir pode até ter o conhecimento racional de alguma coisa, mas será incapaz de tomar decisões com base nessa racionalidade.
        "Ao tirar o espírito de seu pedestal e colocá-lo dentro de um organismo que possui cérebro e corpo totalmente integrados, o autor sublinha a complexidade, a finitude e a singularidade que caracterizam o ser humano. Reconhecer a origm humilde e a vulnerabilidade do espírito e, ao mesmo tempo, continuar a recorrer à sua orientação é tarefa difícil, mas indispensável. O ponto de partida da ciência e da filosofia deve ser anticartesiano: existo (e sinto), logo penso.
        "António Damásio nasceu em Portugal em 1944. É Distinguisched Professor e chefe do Departamento de Neurologia da Universidade de Iowa, professor adjunto do Intituto Saltk de Estudos Biológicos de La Jolla, Califórnia, membro na National Academy Os Sciences e da American Academy os Arts and Sciences. Recebeu numerosos prêmios, entre eles, Prêmio Beaumont, Prêmio Golden Brain e Prêmio Pessoa. Pela Companhia das Letras publicou O mistério da consciência e Em busca de Espinosa.







POR QUE TENHO MEDO DOS JUÍZES



      Segundo o Autor,

     Este livro começa por ser uma distinta versão do meu Ensaio e discurso sobre a interpretação/aplicação do direito. De modo tal, porém, que é outro livro.

       Começava a trabalhar sobre o que haveria de ser sua 6ª edição quando me dei conta de que deveria reescrevê-lo. A uma porque a experiência que durante seis anos vivi como juiz do Supremo Tribunal Federal fora extremamente significativa, enquanto prática de interpretação/aplicação do direito. A das porque tudo o que pensava a respeito dos princípios havia de ser revisto. Além de tudo porque passei a realmente temer juízes que, usando e abusando dos princípios – lembro aqui a canção de Roberto Carlos – sem saber o que é direito, fazem as suas próprias leis.

      O direito positivo é contraditório: está a serviço do modo de produção social dominante e, concomitantemente, consubstancia a derradeira garantia de defesa das classes subalternas. Neste sentido, ao defender veementemente a positividade do direito, este é para ser um livro militante. Quando vier um outro tempo, conduzido pela mão da História, uma notável mudança qualitativa ocorrerá. (…) Até que chegue, este meu livro militará em defesa do direito positivo.









QUATRO GIGANTES DA ALMA

O Medo
A Ira
O Amor
O Dever



                 Uma das causas, senão a causa principal, dos desentendimentos que têm arrastado o mundo a tantas catástrofes é o fato de o homem não conhecer ainda suficientemente a si mesmo.

                 Incerto dos seus próprios recursos e limites, é natural que ele se choque e se desencontre nos diversos planos em que se conjuga a vida comum da humanidade.

         De Freud a Carrel vem sendo feito, assim, um ansioso apelo à psicologia, enquanto ciência da alma humana, para um esclarecimento capaz de concorrer, com eficiência, na construção de um mundo melhor.


       Mira y López foi um mestre largamente conhecido nos grandes centros universitários do mundo: lecionou psicologia e psiquiatria na Universidade de Barcelona, e dirigiu o Instituto de Seleção e Orientação Profissional/Isop, da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

      Pertenceu à estirpe de cientistas que procuravam emprestar aos estudos psicológicos um papel mais amplo e prático, tornando-os fatores relevante da felicidade individual, e consequentemente da harmonia coletiva.

          Penetrar melhor nos recônditos da alma equivale a adquirir maior segurança na existência e evitar muitos erros e sofrimentos.

              A lanterna que Diógenes erguia nas ruas de Atenas, cada um de nós deverá voltá-la para o abismo da própria personalidade.


            Em QUATRO GIGANTES DA ALMA projeta-se uma luz no setor mais profundo e perigoso desse abismo, retirando daí, para a claridade meridiana de nosso conhecimento o amor, o medo, a ira e o dever, revelando ao leitor o caráter verdadeiramente monstruoso que tais valores emocionais assumem ao agirem como gênios maus e caprichosos. 

          Se não descobrirmos de onde lhes vem a força, onde estes gigantes firmam as raízes secretas, estaremos sofrendo. Conhecê-los será dominá-los e orientá-los nos interesses da nossa felicidade.

         Mira Y López faz uma análise corajosa e desassombrada, propondo transformarmos os quatro gigantes de tirados em elementos construtivos.

          Este é o sentido essencialmente prático deste livro, ao alcance de qualquer leitor pela simplicidade da linguagem e o cunho intuitivo doa argumentos.










FRANCISCO DE ASSIS





O Santo Relutante





        "Não faças de mim um santo", disse Francisco certa vez a um amigo, ainda que seu carisma e sua santidade deslumbrassem seus contemporâneos. O biógrafo Donald Spoto, teólogo de sucesso internacional, respeita esse pedido. Utilizando fontes e arquivos inexplorados de Roma, Assis, Greccio e Florença, assim como cartas do próprio Francisco, o autor nos oferece um retrato matizado e completo do santo, da sua epifania às suas falhas, e situa-o no contexto das forças eclesiásticas, políticas e sociais da Itália medieval com toda a sua violência, seu colorido e mistério.


           "Tal como nossa própria época, foi um tempo de crise, em busca de reforma e de uma fé mais profunda, mais simples e mais pessoal, ainda que fossem praticamente desconhecidas as preocupações com o bem comum, os pobres e os doentes. Francisco fazia questão de afirmar que estas preocupações eram o cerne do Evangelho e dedicou sua vida a colocá-lo novamente em prática. Nesse processo, foi o pioneiro de um novo movimento social, que terminou por escapar tragicamente a seu controle."





PURA PICARETAGEM





"Como os livros de esoterismo e autoajuda distorcem a ciência para te enganar.


Saiba como não cair em armadilhas!



      O poder da mente pode mesmo fazer com que coisas se concretizem? Pode aliviar males ou até mesmo curar problemas de saúde? É possível enriquecer ou se tornar famoso pensando positivo?



      Você certamente já ouviu alguém dizer sem a alguma dessas perguntas. Com as surpreendentes descobertas da Física Quântica, muitos “picaretas” passaram a afirmar que ela justificaria diversos pressupostos esotéricos ou religiosos. Inúmeros livros como ura quântica, ativismo quântico, metafísica quântica ou coisas desse tipo.


      Mas o que seria, realmente, a Física Quântica e que tipo de fenômenos ela poderia explicar? Isso é o que Daniel Bezerra e Carlos Orsi buscam responder nesse livro. Aqui você vai conhecer um pouco mais sobre a verdadeira Física Quântica e aprender a se proteger das mais criativas picaretagens.



      O quantum concedeu maravilhas científico-tecnológicas, mas cada um desses avanços foi resultado dos esforços de cientistas e engenheiros trabalhando com os pés firmemente fincados no “paradigma científico-materialista”, e não no poder de seus pensamentos".



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      Por mais simpático que possa parecer dar uma aparência científica ao que se escreve e assim, conferir um caráter de pesquisa comprovada à uma tese, o compromisso fundamental é com a verdade. Ou com a verdade acreditada com boa-fé.
 
     O uso de conceitos emprestados requer estudo aprofundado.

      Não temos como entrar no íntimo do escritor e nos assegurar de suas intenções. Mas, e isso sim, podemos, na medida do nosso interesse, pesquisar.

     Então? Bezerra e Orsi propõem: “A viagem começa na próxima página.”











O EFEITO SOMBRA




        ... este livro revela uma nova verdade – compartilhada com base em três perspectivas transformadoras: o oposto do que tememos é, de fato, o que acontece. Em vez de vergonha, sentimos empatia. Em vez de constrangimento, ganhamos coragem. Em vez de limitação, experimentamos a liberdade. Mantida oculta, a sombra é uma caixa de Pandora repleta de segredos, que tememos destruírem tudo o que amamos e gostamos. Porém, se abrirmos a caixa, descobrimos que aquilo que está ali tem o poder de alterar radicalmente a nossa vida, e de forma positiva.


       Sairemos da ilusão de que nossa obscuridade nos dominará e, em vez disso, veremos o mundo sob uma nova luz. A empatia que descobrimos por nós mesmos dará a centelha de ignição para nossa confiança e coragem à medida em que abrirmos nosso coração a todos ao redor. O poder que desencavamos nos ajudará a confrontar o medo que esteve nos segurando e nos incitará a seguir adiante, rumo ao mais alto potencial. Longe de ser assustador, abraçar a sombra nos concede uma plenitude, permite que sejamos reais, reassumindo nosso poder, libertando nossa paixão e realizando nossos sonhos.


      Assim Debbie Ford introduz o livro que ela, Deepak Chopra e Marianne Williamson escreveram sobre o que, consciente ou inconscientemente acabamos empurrando para baixo do tapete, seja por inabilidade, seja por falta de atenção. Esses conteúdos ignorados são despertados por gatilhos que nos põe em estado de alerta e buscam prevenir o sofrimento, causando exatamente isso: sofrimento.


Mas a sombra não resiste à luz do amor...


E sempre se aprende...












MUITO ALÉM DO NOSSO EU



      Ao recrutar maciças ondas milivoltaicas de descargas elétricas, essas redes neuronais microscópicas são na verdade as únicas responsáveis pela geração de cada ato de pensamento, criação, destruição, descoberta, ocultação, comunicação, conquista, sedução, rendição, amor, ódio, felicidade, tristeza, solidariedade, egoísmo, introspecção e exultação jamais penetrado por todo e qualquer um de nós, nossos ancestrais e progênie, ao longo de toda a existência da humanidade. Nicolelis diz aí que é o cérebro que produz o pensamento? Ou faz uma cuidadosa escolha de palavras que não revela se ele compartilha a crença na transcendência? Bem, eu que não sou neurofisiologista intuo que o cérebro seja um instrumento do ser pensante (tanto que o ser pensante sobrevive à morte do cérebro – e, por consequência, de toda a organização física - ).

      Buscando esses indícios, a leitura de Muito além do nosso eu é fascinante e revela, em múltiplas e encantadoras analogias, a orquestração dos neurônios que nos deixam exprimir quem somos e a que viemos.


      Miguel Nicolelis completa 51 anos neste março de 2012. Nasceu em São Paulo e graduou-se pela USP em Medicina, fazendo nessa mesma universidade o seu doutorado. Em 1989 mudou-se para os Estados Unidos e desde 1994 pesquisa e coordena o Duke's Center for Neuroengineering, base física das avançadas experiências com implantes de microeletrodos neurais em macacos que o tornaram conhecido em todo o mundo. Muito publicado, é considerado pela Scientific American como um dos 20 mais influentes cientistas da atualidade.



      Querendo, como todos os neurofisiologistas em geral, decifrar os mecanismos fisiológicos que permitem salvas de eletricidade neurobiológica gestar e administrar o vasto repertório de ações e comportamentos humanos, Nicolelis revela uma interessante viagem pelo que estudou sobre o cérebro. Ao longo de suas pesquisas, conta com Eshe, uma rata bigoduda, Aurora, uma macaca viciada em videogame. Em que pese a questão da utilização de cobaias, ambas são companheiras de trabalho que, com os microeletrodos implantados em seus cérebros, ajudam a desvendar a sinfonia audível que transformou pensamentos motores em movimentos de um apêndice robótico: Na verdade, o braço robótico era capaz de realizar os desejos motores de Aurora mais rapidamente do que seu próprio braço biológico […] Somente pelo pensamento!

      Idoya, desta vez uma macaca louca por uvas-passas, em um experimento transcontinental, com a eletricidade proveniente de sua mente, a partir da Carolina do Norte (EUA), move um robô humanoide, suspenso num laboratório em Tóquio. Estão aí as bases da ICM (Interface cérebro-máquina) e do exoesqueleto, uma veste especial estruturada para sustentar um corpo humano debilitado e comandada pela força do pensamento.

      Mas Nicolelis vai mais além, antevendo um futuro no qual, sentado na varanda de sua casa de praia, de frente para o seu oceano favorito, você um dia poderá conversar com uma multidão, fisicamente localizada em qualquer parte do planeta, por meio de uma nova versão da Internet (a 'brainet') sem a necessidade de digitar ou pronunciar uma única palavra.

       É um livro que, mais do que lido, merece ser estudado. E eu sigo percorrendo pelo seu conteúdo instigante para solver a minha curiosidade. Afinal, Nicolelis acredita que o "ser pensante" sobrevive ao cérebro?







O SERMÃO DA MONTANHA SEGUNDO O VEDANTA


     Swami Prabhavananda amplia as palestras e comenta, em sua inteireza, o Sermão da Montanha, esclarecendo:
   
      "Não sou cristão, não sou teólogo, não li as interpretações da Bíblia feitas pelos grandes eruditos cristãos. Estudei o Novo Testamento da mesma forma como estudei as escrituras da minha própria religião, o Vedanta.
       O Vedanta, que surgiu com os Vedas, as mais antigas das escrituras hindus, ensina que todas as religiões são verdadeiras, porquanto levam a um e ao mesmo objetivo - a manifestação de Deus. Minha religião, portanto, aceita e reverecia todos os grandes profetas, os mestres espirituais e as expressões da Divindade venerados em diferentes crenças, considerando-os como manifestações de uma verdade subjacente."

     A leitura flui e delicia o leitor abrindo caminhos de sincera novidade ou, se não tanto, de impressão de que esse olhar é legítimo e ilumina novas camadas de entendimento.





UMA BREVE HISTÓRIA DO FUTURO


A predição de Attali passa por instâncias sucessivas e com limites embaçados: o hiperimpério, o hiperconflito e, por fim, a hiperdemocracia. Com esses três conceitos assegurando que é hoje - 2008, quando foi publicado o livro – que decidimos como será 2050, viajamos pela História aprendendo as funções dos núcleos de poder que se sucederam (Bruges, Veneza, Antuérpia, Gênova, Amsterdã, Londres, Boston, Nova Iorque e Los Angeles).

Ao cabo dessa viagem de nove estações que o autor designa como a história do capitalismo, somos convidados a presenciar o início da história do futuro e a navegar nas ondas que chegarão à praia onde o mercado e a democracia terão achado seu melhor equilíbrio.

Sobram ainda página e meia sobre o Brasil, país que aparentemente será, por muito tempo, pouco mais do que o país do futuro.

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