sábado, 5 de novembro de 2011


Planeta da fome


      Chegamos aos 7 bi de almas viventes no planeta. Estrondosa marca que poderia ser festejada por todos os condôminos, se todos fossem condôminos. Não são.

      Estamos envolvidos - alguns genuinamente outros nem tanto – em resolver questões de como partilhar os recursos. Como bastar a todos com o mínimo? Como, após bastar o mínimo, oferecer opções? Como?

      A pesar de ser espantosa, la miseria humana no ha sido nunca una realidad digna de atención en las sociedades porque la preocupación por la conservación, que da a la producción la apariencia de un fin, se impone sobre el gasto improductivo. Para mantener esta preeminencia, como el poder está ejercido por las clases que gastan, la miseria ha sido excluida de toda actividad social […] dizia Bataille. Isso, ao menos, nos tira o cinismo. E nos conduz ao tempo em que passamos a nos ocupar, por diversos motivos, com os 1 bi de humanos que adormecem com fome.

      Os processos que antecedem a produção de alimentos e prosseguem até a saciedade do indivíduo é tortuoso e cheio de agudezas. Quantas muitas vezes é interrompido por descaminhos. E surpreendentemente, coexiste com práticas generosas: ah, nossa contradição humana...

      Organismos internacionais, nacionais, regionais, locais e pessoas comuns do povo ocupam-se com a questão. Uns em larga escala, com políticas e concretas ações globais, outros com o simples fechar a torneira enquanto escova os dentes, mais alguns separando e exigindo das autoridades o correto destino do lixo.

      Mesmo que ainda nos pese, por muitos anos, a sombra dos famintos, quando tocados, já agimos melhor. Mesmo que esse agir melhor ainda não seja suficiente, estamos no caminho. Vamos acelerar e juntar mais de nós, pois, afinal, ainda tem gente que adormece com fome.

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