domingo, 23 de outubro de 2011


Como nós

         Que diferença têm, entre si, aqueles que usam os mesmos métodos dos que os antecederam? Se o regime e o déspota deposto representaram a dura oposição e a clara negativa aos direitos civis e à democracia, o que dizer destes que nem bem se instalaram e já desdenham das garantias individuais como seu antecessor?

         Nada de novo. É a prática reiterada e repetitiva do golpe, da tomada de poder e do trucidamento das antigas lideranças... E em algum tempo – mais longo ou mais curto -, a história se repete, mudando alguma coisa na forma, mas o fundo permanece: interesses econômicos de clãs locais ou de clãs estrangeiros.

     
         Em meio a essa retaguarda repetitiva, encontramos mães e pais, filhos e sobrinhos, avôs e avós desejando o seu dia-a-dia de um passo após o outro, mesclando suas generosidades e suas mesquinharias, no rumo desejável à suavização de ódios tão ancestrais. Fartos de tanta contrariedade e tropeço nas suas mais comezinhas intenções, fartos de tanta falta que seus parentes e amigos fazem.

         Pessoas nem tão boas, nem tão más. Só pessoas. Como nós.

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